Linda Rojas

Radioterapia

O Instagram já deve ser um dos apps favoritos da maioria. Eu amo, vocês sabem!
Além de facilitar o contato com vocês, acho que nos deixa mais próximos e a interação fica mais qualificada. Percebi, por exemplo, naquele “jogo” de perguntas e respostas, alguns assuntos que parecem mais interessantes para vocês, isso pela quantidade de vezes que determinada pergunta aparecia.

Escolhi, neste texto, falar de uma delas que foi recorrente. Não costumo falar muito sobre a radioterapia, porque sempre considerei a parte mais branda do tratamento. Eu sei, tive sorte!

O relato é de 2013, já que fiz o protocolo de 28 sessões de radio, somente da primeira vez que tive câncer de mama em julho de 2012, na parte da história da minha vida que chamo de câncer 1.0. Naquela época, recém finalizada as quimios, nas quais sofri bastante pelos efeitos colaterais, estava muito esperançosa pelo próximo passo. Qualquer coisa que não me fizesse sentir aquele enjôo parecia melhor.

Tive um intervalo de 30 dias para começar, já que o corpo precisava de um período de trégua após quase 6 meses de quimioterapia.  O corpo de fato estava menos maltratado, mas a cabeça ainda tinha que estar alerta pelos imprevistos da saúde pública. O hospital em que me tratava estava sem previsão para consertar a máquina de radioterapia o que, claro, nos deixou bastante preocupados. Após alguns dias de tensão, fui avisada que teria que migrar para outro hospital, no bairro da Penha. Nunca tínhamos estado lá e nem sabíamos como chegar, mas isso não era problema. Aprenderíamos, já que seria nosso destino durante 28 dias seguidos, exceto finais de semana e feriados.

Depois de uma experiência não tão boa com as náuseas da primeira etapa, entrar naquela máquina parecia simples. Antes de começar fui tatuada, isso mesmo, fizeram dois pontinhos de marcação definitiva para agilizar o processo, já que a demanda pelo tratamento era grande e não podíamos perder tempo, todo santo dia, marcando com caneta.

A marcação é importante porque garante a precisão onde a radiação apontará, precisa ser localizada no ponto certo para a efetividade do tratamento. Então, quem liga pra esses pontinhos? Juro que nem me lembro deles e para ser honesta, somente um fica visível (vou mostrar nos stories, acompanhe pelo nosso instagram).

Tenho boas lembranças dessa época, na minha mente tudo já havia passado, o trajeto até o hospital era longo, mas ia olhando pela janela, ouvindo música, assim ficava bem mais prazeroso. Na sala de espera, encontrávamos as mesmas mulheres que foram se tornando amigas e dividíamos o tempo de espera entre uma risada ou outra. Nosso encontro era diário, por isso, além das risadas compartilhávamos as histórias de vida de cada uma.

 

 

Quando finalmente chamavam meu nome, saía correndo para colocar o meu avental, que havia ganhado no primeiro dia ali e devia levá-lo comigo em cada sessão. A sala era grande e o aparelho parecia bem moderno, o posicionavam de maneira exata e começava, sentia um pouco de frio pela sala gelada, mas sabia que precisaria suportar por pouco tempo, 5 minutinhos e acabou.

A medida em que os dias passavam, notava uma pequena vermelhidão na área, mas era como se tivesse tomado um pouquinho de sol naquela marca quadrada. Mas nunca passou disso.

Tomei todas as precauções necessárias, como sempre. Cobria bastante a área de modo que ela não pegasse nem um pouquinho de sol, nem mesmo em trajetos curtos. Passava um fio mínimo de azeite de rosa mosqueta, em dias alternados e somente quando chegava em casa, pois no momento da radiação a pele precisa estar limpa e respirando, nem desodorante passava.

Não sei quais fatores, exatamente, fizeram com que minha pele reagisse bem. Podia ver naquela sala de espera, casos ao contrário, mas quando via mais me cuidava. Suspeito que foi apenas sorte ou a vida me dando um descanso depois de tudo.

A alta da radioterapia foi super comemorada, os tratamentos haviam acabados e aquela rotina médica também ia diminuir 95%. Demarcamos essa transição com uma viagem linda para o Uruguai, foi libertador!

Ah, mas Linda e na parte da sua vida que você chama de câncer 2.0? Não fez radioterapia? NÃO!!

Nenhum procedimento feito no primeiro tratamento foi repetido no segundo. As quimioterapias foram diferentes e a possibilidade de fazer radio foi excluída. O tumor 2.0 foi na mesma mama direita e a radiação no mesmo local não é recomendada.

Sigam todas as recomendações médicas e não passem nenhum creme por conta própria. Peçam a sugestão do médico e lembrem que qualquer produto pode irritar a área. Os melhores são os autorizados e recomendados pelos especialistas.

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