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Amor de mãe por Patricia Rojas

Olá, sou Patricia, mãe da Linda e gostaria de contar sob a ótica de uma mãe como foi viver tudo isto.

Meus dois filhos e eu sempre fomos uma equipe, sempre juntos, unidos e muito felizes. Dos dois a Linda sempre foi a mais equilibrada, responsável e madura. Digo isto em todos os sentidos. No colégio, em casa, junto ao seu irmão e comigo, sua postura sempre chamou a atenção.

Meu orgulho!

Naquela época ela namorava o Caio há 3 anos e a cada dia o namoro melhorava e sabia que ela estava muito feliz. Quando chegaram da viagem de Paris e, finalmente começamos a bateria de exames, sentia uma angústia e um pouco de incerteza, mas me tranquilizei um pouco quando pensamos ser um fibroadenoma.

Quando o doutor Jorge nos deu o diagnóstico e ali, naquela sala soubemos da notícia, senti muito pânico, terror e desespero. Passei a clamar todos os dias, pois a oração de uma mãe tem muito poder e no fundo, no fundo sabia que seríamos ajudadas. Se eu pudesse transferir tudo isso o que estava acontecendo para mim, sem pestanejar o faria. Ela muito jovem não merecia passar por tudo isso, deveria ter vindo em mim que já vivi mais. Queria arrancar essa luta dela e lutá-la sozinha.

Durante o período da quimioterapia foi muito difícil vê-la ao passar pelo efeitos colaterais. Mas ela suportava tudo, era invencível e assim me passava tranquilidade, conseguia no seu olhar tirar esperanças. Sempre tive muita fé em Deus, mas não podia evitar o medo em alguns momentos, me tornei frágil. Acho que não fui a mãe perfeita, me faltou mais energia, mais estrutura para lidar com tudo.

Tive a ajuda do Caio que foi fundamental na vida da Linda e da minha, em meio a tudo ela estava sendo muito amada. Podia ver o seu carinho no caminho ao hospital, no seu apoio a mim, durante as sessões de quimioterapia, no companheirismo do dia-a-dia.

Muitas vezes os médicos me perguntavam se tinha alguma dúvida, mas minha resposta sempre era NÃO. Na verdade não queria saber as respostas, queria sair dali e não saber de mais nada, não queria arriscar e ouvir o que não queria. Só queria te-la em casa e que tudo voltasse a ser como antes. O Caio assumia o meu papel e fazia um questionário ao médico. Queria saber de todos os detalhes. Eu deveria querer saber dos riscos, mas uma força maior não me deixava perguntar. Os médicos reparavam e nas raras vezes que ele não estava nos perguntavam por ele. Sei que também o admiravam.

Jamais vou esquecer tudo o que passamos. Ve-la na quimioterapia e ao chegar em casa saber que passaria mal. Ela vomitava até não ter mais forças. Logo muito enfraquecida deitava na cama e não queria barulho, não queria luz, não queria falar. Era desesperador.

Quando vi minha filhinha sem cabelos fiquei paralisada. Nesse momento Deus me pegou no colo, me sustentou e logo, a medida que os dias foram passando, não a via mais como uma menina doente. Ela parecia uma modelo, com esses olhos expressivos, grandes e amendoados. As feições do seu rosto bem demarcadas e imponentes. Ela estava maravilhosa. Sempre estilosa e no seu sorriso sempre um gloss rosa claro. Seu aspecto era saudável.

Passamos a retomar nossa vida. Íamos juntas ao supermercado, fazíamos compras no shopping ou simplesmente saíamos sem rumo. Comecei a perceber que podíamos acordar desse pesadelo.
Enquanto olhava ela dormindo, agradecia por tudo, por senti-la ao meu lado, por ouvir sua risada, pela sua força, por te-la comigo. Tenho tanto orgulho dela!!

Eu chorei, chorei muito e a luz da minha bebê me fez superar isto. Ela é minha companheira, minha melhor amiga. Ela é minha vida!!

Como explicar a minha gratidão hoje? A Deus, aos médicos, ao Caio, pois sei que seu amor foi medicinal, a família que mesmo longe nos apoiou.

Como mãe, foi o pior que poderia passar, mas aprendi que com amor e fé superamos tudo. Não é fácil, mas queria dizer a todas essas mães que tenham força, que lutem e jamais percam a esperança.

Um ano novo especial

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