Linda Rojas

Amor, câncer e sexo

Lembro que quando descobri a doença, num momento a sós com o Caio, expliquei que o amava tanto, mas tanto que gostaria de que ele não passasse esse período turbulento comigo. Ele obviamente ignorou a mensagem, pois ele fazia questão de passar essa fase junto a mim. Seu apoio seria incondicional e no fundo eu sabia disso.

O comportamento dele desde o início até o final do tratamento sempre foi o mesmo. O seu amor não oscilou nunca!

Quando operei a mama o seu desejo por mim continuava. Me procurava mesmo na fase de pós operatório. Acordava de madrugada com ele me beijando e podia notar o quanto me queria.

Durante a quimio e já careca nada tinha mudado. Apesar de tudo estar diferente, quando estávamos ali, só nós dois… Éramos os mesmos! Isso pra mim foi super importante, pois eu podia “ser eu” e o melhor, me sentir “eu mesma”.

Mesmo estando debilitada com os sintomas do tratamento ele estava ali sempre me olhando com vontade e às vezes a negativa partia de mim, apenas pelo fato de sentir o mal estar do remédio. Quando após do quinto dia já me sentia melhor, nossa vida sexual voltava ao normal e melhor ainda. Éramos um só, envolvidos em tanto amor que nesse momento ter um seio só, não te-lo, ter metade ou estar sem cabelo, seria um mero detalhe.

Modéstia parte, também, nunca deixei a “peteca cair”. Sempre me senti bonita e continuava provocando-o quando ele menos imaginava. O fator fundamental que fez toda diferença e que hoje posso analisar de melhor forma, mas que na época acontecia de forma inconsciente, foi o fato de gostar muito de mim, “eu” me amar muito e por consequência você fica mais interessante aos olhos dos outros.

Você se amar faz você se cuidar e isso é saúde também!!

No meu caso eu tinha um companheiro, mas se ele não estivesse eu continuaria me redescobrindo e reiventando, afinal de contas o corpo e vida são meus, precisaria cuidar de mim independente de quem está do meu lado.

A vida é tão maravilhosa e nós estamos inseridos num cenário tão maior que é a grandeza da natureza que seria desrespeitoso eu não me amar.

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