Linda Rojas

De volta à realidade

Como diria Hemingway “Paris é uma festa” e nossos dias lá não foram diferentes, mas ao voltar o foco era investigar essa “pedrinha”.

Antes da viagem tinha percebido uma protuberância ao esbarrar a mão no seio direito, enquanto via um programa qualquer na televisão. Fiz imediatamente o autoexame que aliás, fazia sempre, mesmo por curiosidade.

Constatei que o caroço havia crescido consideravelmente enquanto estivemos fora, mas me tranquilizou o fato de uma médica de um Posto de Saúde Público me informar que aquilo não devia ser nada que podia ser um fibroadenoma. Apesar disto me recomendou uma ultrassonografia mamária.

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Lembro que ao fazer o exame o médico imediatamente identificou traços anormais e quando perguntei “e aí doutor, o Senhor vê alguma coisa estranha?” Ele respondeu: “olhe, isso pode não ser nada, como pode ser um câncer! “

Fiz este exame ao lado do Caio, que sempre esteve presente em momentos como este e quando saímos, fiz questão de contar aos mais próximos. Dividir esse início de inquietação foi fundamental para dar a devida atenção para a suspeita e receber indicações de bons médicos.

Quando conheci o Doutor Jorge Rezende Filho, médico e amigo de longa data de minha sogra, simpatizei imediatamente com ele. Apesar dele ser ginecologista foi super profissional ao me encaminhar, junto a um mastologista, para uma bateria de exames onde em todos os resultados aquela “pedrinha” se apresentava similar a um fibroadenoma.

Doutor Jorge me esclareceu o que significava aquilo. Trata-se de um nódulo benigno comum em mulheres mais jovens. Contudo foi bastante enfático em dizer que precisávamos continuar investigando.

Quando decidimos operar e tirar o caroço (para enviar para a biópsia), eu estava tranquila, apesar de notar rugas que haviam se formado no canto dos olhos da minha mãe e uma angústia secreta que transcendia sua pele.

Lembro dos enfermeiros me levando em uma maca até a sala de cirurgia. Acima de mim podia ver a iluminação no teto dos corredores do hospital e um rostinho sorrindo me acompanhando até o elevador. Nesse momento quando as portas do elevador se juntaram e não pude mais ver o Caio, fiquei ali com os olhos fechados, sentindo eles umedecerem e um nó bem grande se formando em minha garganta.

Na verdade, esse momento, como tantos outros, ficou registrado em mim, não por estar apreensiva pela operação ou por notar a preocupação de todos, mas por sentir ali que jamais estaria sozinha.

Momentos antes da cirurgia
Momentos antes da cirurgia

 

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3 Comentários

  • Luana

    Emocionada e feliz ao mesmo tempo!!! Momentos tão marcantes que são lembrados com tanto carinho, mãe, noivo sempre ao lado, dando sempre seu amor verdadeiro. Família é isso, é a nossa base, maior riqueza.. Te amo amiga do meu coração.

  • Bruna

    Chorei de novo, chorei ao ler, chorei por ver esse amor lindo de vcs, chorei por ter vc aqui conosco cada mais linda e cheia de saúde. Chorei de emoção e de felicidade. Vcs 3 são AMOR.

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