• Linda Rojas

    Efeito anestesia

    Depois de tudo sinto que estou acordando, ainda estou em movimento e aos poucos começo a assimilar as luzes passando no alto, tento abrir os olhos, não tenho domínio sobre eles, mas ainda assim alguns feixes de luz passam a barreira de minhas pálpebras. Parece um corredor, isso mesmo, estou voltando! Tento me mexer, mas não consigo. Ai! Sinto meus seios arderem, é melhor mesmo não me movimentar. Ouço as rodinhas da cama que me transporta e fico feliz que elas estejam girando. Não vejo a hora de ver a minha família. Rapidamente, mas ainda assim com muito esforço, consigo entre abrir os olhos e vejo que ainda não cheguei ao meu quarto, mas alguns rostos aparecem e fico feliz de reconhecê-los, são as pessoas que mais amo em toda minha vida. Sorrio. Eba! Consegui enviar esse comando ao meu corpo e percebo meus lábios se esticando. Os meus olhos redondos e grandes também já estão conseguindo se manter abertos e procuro de novo aquelas carinhas me observando. Estão felizes LEIA MAIS [...]
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  • Linda Rojas

    Mantendo a mente sã!

    A mente comanda o corpo. Frase que uso muito, pois de fato acredito nela. Passei por dois cânceres e minha cabeça “boa” foi fundamental para não sair completamente dos trilhos. Mas quando eu falo parece que é fácil, mais do que isso, que é um ato intrínseco meu, inerente às minhas características. Justamente por isso, escuto muitas vezes algumas justificativas do tipo: “ah, mas você é mais forte” ou “é que pra mim é mais difícil”. Fico levemente irritada porque desmerece todo o meu esforço. Como se matar um leão por dia não demandasse empenho e o desenvolvimento de muitas habilidades para conseguir chegar a esse resultado. E, ao contrário do que muitos imaginam, para chegar a esse resultado dói! Dói à beça. Quando passei pelo segundo câncer de mama, juro que achei que não sobreviveria, não por medo de morrer, mas pra mim, ela poderia acabar com a minha mente majoritariamente sã. Em inúmeros momentos me vi desequilibrada. A dor causa LEIA MAIS [...]
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  • Linda Rojas

    Mundo Invertido

    Quando a gente tem o diagnóstico, automaticamente você entra num mundo paralelo e sempre foi muito difícil conseguir explicar essa experiência. Porque quando começo a falar dela, claramente se abre essa lembrança na minha mente e consigo ver exatamente o cenário. Aí, queria que vocês entrassem na minha cabeça e entendessem essa parte da história, assim, como um filme. Você sai do consultório e sem mais nem menos o mundo está totalmente diferente. Começa a andar e provavelmente vai pra casa, você só quer ir pra casa, para liberar todas as emoções sem olhares pelo caminho. Olhando a cidade e ruas que conhece, repara que tudo parece estar em câmera lenta, o ar fica denso e de tão denso parece que tem cor. Aí, embora seja dia, tudo parece desbotado, não cinza, mas desbotado. Apático. Você pensa em tudo em que está passando e sem querer seu olhar para em algumas pessoas e tenta imaginar como elas com certeza não têm ideia do que você está vivendo. Elas estão LEIA MAIS [...]
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