Linda Rojas

Mantendo a mente sã!

A mente comanda o corpo. Frase que uso muito, pois de fato acredito nela. Passei por dois cânceres e minha cabeça “boa” foi fundamental para não sair completamente dos trilhos.

Mas quando eu falo parece que é fácil, mais do que isso, que é um ato intrínseco meu, inerente às minhas características. Justamente por isso, escuto muitas vezes algumas justificativas do tipo: “ah, mas você é mais forte” ou “é que pra mim é mais difícil”.

Fico levemente irritada porque desmerece todo o meu esforço. Como se matar um leão por dia não demandasse empenho e o desenvolvimento de muitas habilidades para conseguir chegar a esse resultado. E, ao contrário do que muitos imaginam, para chegar a esse resultado dói! Dói à beça.

Quando passei pelo segundo câncer de mama, juro que achei que não sobreviveria, não por medo de morrer, mas pra mim, ela poderia acabar com a minha mente majoritariamente sã.

Em inúmeros momentos me vi desequilibrada. A dor causa isso. O sofrimento consumia o que eu tenho de mais precioso: a minha alma. Por diversas vezes me vi definhando e sabia que estava caindo naquele lugar chamado fundo do poço.

Parece exagero, mas lembro perfeitamente meu choro desesperado, aquele que infalivelmente vem para trazer algo de conforto. A angústia em viver o meu pior pesadelo novamente não saía do meu peito e, pior, da minha cabeça.

Conseguir manter todo o protocolo médico, lidar com toda a rotina médica, hospital e efeitos no corpo e ainda conseguir ter um mínimo de frieza para encontrar uma saída para aquele labirinto que estava se formando em minha cabeça, exigiu tudo de mim.

Apelei pra tudo, escalei o poço até desgastar as unhas, gritei, esperneei, só que o mais difícil foi manter uma estratégia. Tive que me deixar de lado para me ver de fora e entender de que maneira podia me resgatar, isso tudo sendo constantemente arremessada de volta.

Pedi ajuda, me ajudaram e me ajudei. Me ajudei muito. Porque não adiantava pedir ajudar, que me ajudassem e eu lá, entregue. Não tinha condições nenhuma de eu mesma me prestar socorro, mas acontece que fui minha principal salvadora. Porque quando a gente realmente quer algo, coisas acontecem.

Mágica, milagre, energia. Chame do que você quiser. Mas a questão é que fui fraca, estava fraca, porém tentei de tudo para não afundar e aí um sopro de força aparecia.

Costumo falar que reuni minhas principais armas, como a fé, a esperança, perceber o amor e carinho das pessoas por mim, acreditar nos médicos, pedir a ajuda deles. Se entreter com coisas leves, como livros, séries e se rodear de paz. Ia administrando meus sentimentos e dosando, pois a meta era ter muitos mais momentos de alegrias do que aqueles de tristeza intensa. À medida que vai conseguindo, parece que tudo vai fluindo e aí começa um “jogo” competitivo entre o “você alegre” e o “você triste”, mas como sempre torci ao meu favor, o alegre sempre predominou.

Com tudo isso, consegui libertar minha mente.

Não pensem que parou por aí, pois é uma cura diária. Além de muita terapia que é uma das melhores coisas que já me aconteceram. O pós-doença também requer muitos cuidados, principalmente, agora, da nossa cabeça.

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2 Comentários

  • Djanira de Siqueira Campos Braga

    Boa tarde, minha linda!
    Estou tendo efeitos colaterais muito difíceis com Aromasim 25 que tomo desde dezembro/2018. Gostaria de saber se vc teve efeitos colaterais e o que fez pra passar. Se quiser ne responder no direct, figue à vontade.

    • Linda Rojas

      Djanira, sofri to com o Aromasin + Zoladex (uma injeção que tomo), mas bem mais no inicio. depois dos primeiros 6 meses os efeitos tem diminuído.
      Mas dor nas articulações, calorões e ressecamento vaginal, foram meus principais sintomas.
      Exercícios físico e alimentação, melhoram a dor nas articulações e calorões.
      Para o ressecamento vaginal, usei o Vagidrat e no ato o Vagisex (amo esse).
      O mais importante sempre contar e perguntar TUDO ao médico.

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