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Mais uma é menos uma
O taxi avançava e eu olhando pela janela reparava nas pessoas na rua. Pra onde será que estão indo? Como será a vida delas? Eu, dentro daquele carro estava com medo, com frio na barriga e quanto mais nos aproximávamos do nosso destino eu sabia que já não conseguiria me livrar daquilo. Na verdade, depois de tudo, escapar não era mais uma opção, não estava de acordo aos meus princípios e à minha criação. Fui preparada para enfrentar medos e ultrapassar limites. Todos nós fomos! O ser humano tem uma capacidade enorme de se reinventar e se adaptar às mais diversas situações. Apesar de só de lembrar daquele líquido vermelho me dar enjoo, bem ou mal me sentia mais preparada, pois sabia o que estava por vir. Os sintomas apareceriam e já estaria familiarizada com eles. Saberia como proceder e como me alimentar. De qualquer modo, aquela sessão seria diferente, ao contrário da primeira, agora entraria naquele hospital sem cabelos e mais parecida com os outros pacientes LEIA MAIS [...] -
Amor, câncer e sexo
Lembro que quando descobri a doença, num momento a sós com o Caio, expliquei que o amava tanto, mas tanto que gostaria de que ele não passasse esse período turbulento comigo. Ele obviamente ignorou a mensagem, pois ele fazia questão de passar essa fase junto a mim. Seu apoio seria incondicional e no fundo eu sabia disso. O comportamento dele desde o início até o final do tratamento sempre foi o mesmo. O seu amor não oscilou nunca! Quando operei a mama o seu desejo por mim continuava. Me procurava mesmo na fase de pós operatório. Acordava de madrugada com ele me beijando e podia notar o quanto me queria. Durante a quimio e já careca nada tinha mudado. Apesar de tudo estar diferente, quando estávamos ali, só nós dois... Éramos os mesmos! Isso pra mim foi super importante, pois eu podia "ser eu" e o melhor, me sentir "eu mesma". Mesmo estando debilitada com os sintomas do tratamento ele estava ali sempre me olhando com vontade e às vezes a negativa partia de mim, apenas LEIA MAIS [...] -
Sobre anjos!
Outubro se despede mas deixa um rastro rosa, deixa mais informação, esperança e cura. Gostaria que que todos os meses fossem outubro, gostaria que a mensagem não deixasse de ser passada, gostaria de falar incansavelmente sobre isto e na medida que pudermos,será isso que faremos. Nestes últimos 31 dias pude contar um pouco sobre mim às mais diversas pessoas. Conseguimos abrir nossa janela em empresas, faculdades, clínicas e o melhor de tudo, conseguimos que eles abrissem suas janelas. Passamos por experiências maravilhosas e, de verdade, gostaria de ter um frasquinho real para despejar numa penseira real tudo aquilo que vivi nesse último mês. Queria que vocês vissem como é bom olhar para cada rosto, cada olhar compenetrado e às vezes, olhos marejados. Pessoas que sentiram a energia boa que a gente tenta passar. Tivemos alguns desafios, por exemplo, falar para funcionários de uma centro de saúde oncológico, onde enfermeiros e outros colaboradores já convivem em sua rotina LEIA MAIS [...]