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Tem que ter peito
A retirada das mamas nunca foi um grande mistério na minha cabeça. Nunca me abalou muito. Entendo que é uma parte importante do corpo feminino, mas como já cansei de dizer aqui, a saúde é prioridade para mim. Ainda assim, não posso dizer o mesmo da quimio que, logicamente, enfrentei. Mas me assusta um pouco mais. Pode ser que grande parte dessa “tranquilidade” em fazer a mastectomia radical, se deve a confiança que tenho nos meus médicos. Além do mastologista, tenho um cirurgião plástico que é quase um Da Vinci, um artista. De fato AMEI o resultado. As próteses ficaram naturais e muitas vezes esqueço que aquilo lá dentro é um silicone. O caimento ficou tão bom que parece minha mama mesmo. Contudo, este final de semana vendo Netflix com o Caio, decidimos por ver a Garota Dinamarquesa, sei que muitos já viram, mas não vou dar spoiler. Resumindo, o filme num certo ponto começou a me incomodar um pouco. Me trouxe algumas lembranças e quando terminou tive que LEIA MAIS [...] -
Rotina de exames ou exames de rotina?
Tá aí uma coisa que a maioria das pessoas procrastina: fazer exames, sejam ele de rotina ou não. Umas das principais “desculpas” é a falta de tempo. Falta de tempo é muito relativo, né!? Geralmente temos, sim, tempo para aquilo que consideramos prioridade. Fiquei pensando muito nisso na semana passada e até entrei num conflito interno. Além de ter que cumprir com uma série de compromisso, tinha na agenda exame, primeira consulta com o oncologista (pós cura), nutricionista, analista (semanal) e esta semana segue… injeção do Zoladex (falei um pouco sobre este medicamento no Insta), consulta de acompanhamento com o Cirurgião Plástico e, ainda, preciso pesquisar fisioterapeuta. Aí fiquei pensando, será que tô hipocondriaca? Será que está chato no meu trabalho que eu precise sair em alguns períodos do dia para cumprir com meus protocolos médicos? Automaticamente o grande apredizado que ter um câncer me deu venceu a crise e expulsou por completo os outros LEIA MAIS [...] -
Sobre dor!
Terapia era algo que sempre ouvia falar, mas nunca sequer me interessei. Um grande psiquiatra amigo da família me explicou o quanto seria bom conversar com alguém, com um profissional e me indicou uma psicanalista e estou indo nela até hoje. Desta vez, quando fiquei doente, sofri demais. Acho importante enfatizar isto, pois apesar de já ter falado nisso diversas vezes, acho que ainda fica uma impressão de que passei por tudo “numa boa”. Eu sofri como nunca sofri antes, doeu como nunca nada na minha vida tinha feito doer. Fiquei de mãos atadas tendo que enfrentar meu pior pesadelo e o pior de tudo foi saber o que eu teria que enfrentar, já que tinha enfrentado aquilo antes. Chorei quando senti meu corpo sofrendo os efeitos colaterais da quimio, chorei no chuveiro enquanto sentia meus cabelos escorrendo pelo meu corpo nu e quando saía enrolada na toalha e pensava que as lágrimas tinham acabado, mas logo olhava no espelho e identificava as marcas da doença, os cílios LEIA MAIS [...]