Linda Rojas

Oi Próteses :)

Hoje sinto que elas se entenderam com meu corpo, pois estão redondinhas, lisinhas e do tamanho perfeito. Mas não foi sempre assim.
Quando saí da cirurgia 2.0 e voltei da anestesia, ainda vendada, sentia que meus seios iriam estourar, pois estavam doloridos, inchados e quentes. A sensação era como se somente meu peito estivesse com febre alta.

Quando a equipe da cirurgia plástica chega, geralmente no dia seguinte, para abrir o curativo e limpar, você finalmente pode ser ver ainda que não seja em formato definitivo, já que o inchaço modifica a forma, mero detalhe, pois os seios estão ali, como se fossem meus de verdade e como se nada tivesse sido retirado. Uma cicatriz ali, outra aqui, mas que com a expertise do Doutor Diogo Franco, parecia apenas alguma obra de arte de algum artista contemporâneo minimalista. Sem falar no enxerto de pele e músculo dorsal que cuidadosamente foram encaixados, como um quebra-cabeças perfeito no seio direito. Sobre as costas? Outro traço que mais parecia um arranhão felino, alinhado propositalmente na altura do soutien.

Na medida em que os dias passam, você vai recobrando os movimentos, assim espontaneamente, como se o corpo sussurrasse para a mente: “hoje acordei ótimo, pode levantar mais esse braço”. E assim, vai conseguindo avançar rapidamente. Claro que ainda não dava pra dormir de bruços, mas calma lá que temos que ter consciência que isso não é prioridade. Alguns travesseiros e almofadas começam a ser de uma utilidade enorme.

 

Óbvio que nem tudo são flores, depois começa aquele reconhecimento de campo e aquele músculo que viajou das costas para a mama começa a incomodar um pouco. No ir e vir do braço começa a roçar na pele, como se andasse com uma bolsinha de vovó e ela ficasse no meio de sua costela e cotovelo. Mas depois ela some ou você se acostuma, nunca vou saber. O fato é que a tal bolsinha ou almofadinha nem parece que existiu.

Além de tudo, é importante lembrar que não é uma cirurgia meramente estética. Antes de tudo, é uma operação reconstrutora e se normalmente a prótese já demora um tempinho para se acomodar, devemos ter em mente que, pelo menos no meu caso, ficou apenas próteses e pele, ao contrário de uma cirurgia plástica convencional onde ainda há glândula mamária. Nos primeiros dias, se ao dormir amassasse muito o seio, ele acordava ondulado, como se fosse feito de massinha. O médico me acalmava e explicava que o corpo ainda ia “encapsular” a prótese. O organismo desenvolve um mecanismo de proteção. Ele cria uma membrana fina em volta da prótese, com o objetivo de isolá-la dos tecidos naturais do corpo. E então ela fica mais firme também 

Juro que agora minhas mamas estão a coisa mais linda. Não há uma pessoa que não fique de boca aberta. Não me entendam mal, não é como se eu ficasse mostrando meus peitinhos novos por aí. Na verdade, mostro sim, tudo que é mulher que pede eu vou lá e mostro. Mas como também tenho uma rotina intensa de consultas e exames, os próprios profissionais admiram o trabalho do colega, um dos meus anjos, um quase Da Vinci, o meu cirurgião Diogo.

 

Foi retirado músculo e pele dorsal, para a reconstrução da mama direita. Hoje acho um charme minha cicatriz, isso quando ela aparece 😉
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