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Interpretando um rosto – exames de rotina
O fato de não ter mais câncer e de estar em remissão não significa que essa parte da história se encerra automaticamente. O enredo ainda é fator fundamental das próximas temporadas da sua vida e em muitos capítulos você ainda estará atrelado a uma rotina médica. Fazer exames de rotina para quem tem ou teve câncer não é simplesmente uma revisão para saber se está tudo bem. É mais do que isso, é a esperança de que esteja sim tudo bem e que realmente você não esteja mais com câncer ou que ele esteja controlado. Então, claro, você gera uma expectativa em torno disso. Afinal de contas, ninguém quer ter que lidar com um resultado não tão positivo assim. O tempo se torna um aliado e logo sua cobrança e até medo com relação a isso vão sendo substituídas por confiança e tranquilidade. Tudo é um processo e ir percebendo essa “evolução” dá uma paz de espírito maravilhosa. Antes olhava o rosto de cada profissional que realizava o meu LEIA MAIS [...] -
Meu aniversário e o câncer
No ano de 2012 lembro de passar meu aniversário, dia 11 de julho, reunindo meus amigos em meio a muita alegria e comemoração, apesar de um sentimento que chegou sem ser convidado e se instalou numa parte importante dentro de mim: a angústia. Já sabia do diagnóstico há uma semana e precisava contar para cada pessoa que ali estava, que gostava de mim, que queria o meu bem e me deseja mais e mais anos de vida, que eu estava com câncer de mama! Ver os olhinhos de cada um brilhando, a preocupação nítida no rosto, mas com o amor de quem torce, de quem gera esperança junto, somado a um abraço imediato, abraço gostoso que acalenta e que como um passe de mágica me fez sentir mais amparada. Nos próximos dias eu entraria numa sala de cirurgia e depois passaria alguns meses de tratamento. Agora corta! Porque vamos para o ano de 2017. Estava num restaurante com minha família e apenas 1 amiga. A Lays que sempre alegra meus dias. Naquela noite sentia aquela mesma angústia LEIA MAIS [...] -
OK, qual o próximo passo?
Essa foi exatamente a frase que disse ao médico ao receber a notícia do câncer de mama da Linda junto a ela e minha sogra.
A partir do momento que você realiza que as dificuldades e sofrimentos da vida não são opcionais, que vão acontecer de uma maneira ou de outra, você percebe que a forma como você lida com tudo isso sempre será a grande questão.
Não importa o que você tem ou o que você faz, mas como você reage a tudo isso.
De maneira geral, sempre escolhi e entendi a praticidade das coisas e aquele momento, por mais duro e complexo fosse principalmente para a Linda, eu visualizava como mais um obstáculo a ser entendido e superado, como tantos outros.
Remoer por possibilidades que não existem (o famoso “e se”) ou então lamentar por aquilo que já ocorreu sem que gere questões propositivas, acaba drenando minha energia que poderia estar canalizada para a evolução e resolução de problemas.
Por isso, esse “ok, qual o próximo passo?” é algo recorrente em minha LEIA MAIS [...]