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Reiniciar…
De repente tudo começa de novo, mas de alguma forma você se sente estacionada. De repente você tem novas chances, mas ainda assim não esquece que muita coisa ficou pra trás. De repente você ganhou mais tempo, mas é impossível não lembrar que também já perdeu muito. Não é fácil só olhar pra frente, pois quem constrói tudo o que somos hoje e o nosso depois é o nosso antes. O meu antes tem dois extremos: felicidade demais e uma parte pequena de dor. Essa dor me ajudou a me transformar numa pessoa melhor, tirou a trave dos meus olhos e por incrível que pareça, ganhei algumas coisas boas. Mas a lembrança dessa dor ainda é recente e revoltante. Ainda sinto que preciso alcançar objetivos maiores, além da cura, claro. Parece que de alguma forma quero ser “ressarcida” pelo sofrimento e as consequências dele. Às vezes queria que os meus sonhos simplesmente viessem a mim e se realizassem, às vezes eu acho injusto ter que fazer algum esforço pra isso, pois já acabei LEIA MAIS [...] -
Um toque no olhar – #querodica
O rosto para nós é uma parte super importante do corpo. Qualquer mudança nele, significa alguma mudança na nossa personalidade. Mudar o nariz, por exemplo, altera completamente sua fisionomia e isso interfere no “você” como um todo. Sua postura também se altera e vai se adequar àquela nova imagem que você enxerga no espelho. Falei muito durante a quimioterapia, sobre minhas sobrancelhas. Fiz questão de recomendar um produto para preenchê-las e disfarçar a falta dos fios. Isso porque, inevitavelmente, quando as desenhava, me sentia melhor comigo mesma, minha autoestima aumentava e me lembrava da Linda por trás da doença (fisicamente, claro). Agora totalmente recuperada, esperei cada fiozinho do meu corpo crescer ansiosamente e decidi testar uma vontade antiga. Fazer um Microblanding, aquela micropigmentação na sobrancelha que redesenha os fios, deixando bem realista num efeito 4D. Tive a sorte de fazer o procedimento com uma profissional super cautelosa e totalmente LEIA MAIS [...] -
Tem que ter peito
A retirada das mamas nunca foi um grande mistério na minha cabeça. Nunca me abalou muito. Entendo que é uma parte importante do corpo feminino, mas como já cansei de dizer aqui, a saúde é prioridade para mim. Ainda assim, não posso dizer o mesmo da quimio que, logicamente, enfrentei. Mas me assusta um pouco mais. Pode ser que grande parte dessa “tranquilidade” em fazer a mastectomia radical, se deve a confiança que tenho nos meus médicos. Além do mastologista, tenho um cirurgião plástico que é quase um Da Vinci, um artista. De fato AMEI o resultado. As próteses ficaram naturais e muitas vezes esqueço que aquilo lá dentro é um silicone. O caimento ficou tão bom que parece minha mama mesmo. Contudo, este final de semana vendo Netflix com o Caio, decidimos por ver a Garota Dinamarquesa, sei que muitos já viram, mas não vou dar spoiler. Resumindo, o filme num certo ponto começou a me incomodar um pouco. Me trouxe algumas lembranças e quando terminou tive que LEIA MAIS [...]