Caio Barreto

Mais um passo

A Copa já acabou, eu sei. Mas vou contar aqui uma situação que aconteceu durante sua realização que me motivo a esse texto. Ah, o tema não será futebol (para alívio de uns e tristeza de outros).

Após o tratamento e durante um bom tempo, uma série de exames são exigidos do paciente para acompanhamento. Eu sei que, em cada um deles, há um pouco de ansiedade e angústia, principalmente, por um medo de que o resultado não seja positivo e tudo volte ao que era.

Então, mais do que algo de rotina, é um momento simbólico de superação e esperança. Procuro acompanhar a Linda sempre que posso, entendendo que muito mais do que a questão física (às vezes estar em jejum, tomar contraste, etc) há esse importante fator psicológico. E pra ampliar essa questão, recentemente passamos por um grande susto conforme ela contou aqui.

O próximo exame seria uma tomografia das mamas (confirmar) e como estava bem no período da Copa do Mundo, resolvemos marcar pouco antes do jogo do Brasil. Dessa forma eu poderia acompanha-la e supomos que a clínica estaria vazia.

O jogo era 15h. O mais decisivo e difícil até então, Brasil x Bélgica pelas quartas de final!

Saí 12h da empresa (horário que tínhamos estipulado) e encontraria a Linda lá às 13h. O exame acabaria por volta de 14h/14h15, o que daria tempo de chegar antes do início para onde iríamos assistir o jogo. Chegamos na hora combinada, porém houve uma série de atrasos depois. O plano demorou bastante para autorizar a realização do exame, a enfermeira não acertou de primeira a veia para colocação do acesso ao contraste (fato que sempre que ocorre incomoda e nos entristece um pouco também, por ser um incômodo em algo que já está machucado) e a tomografia em si também durou mais do que esperávamos.

O exame então terminou, a Linda se arrumou, nos abraçamos e beijamos. Eram 14h55 e saímos da clínica. Quando estávamos perto da casa que fomos assistir, vimos pela TV de um bar o primeiro gol da Bélgica, na verdade o gol contra do Brasil. Andamos apressados para chegar mais rápido e conseguimos aproveitar todo o resto da partida.

O que me chamou atenção foi que, ao chegar, apesar de estarmos diante daquele jogo que boa parte do país estava vidrado, a nossa sensação era de realização pois mais um passo havia sido dado. Juntos. Assim é qualquer jornada, feita de dezenas, centenas, milhares de pequenos passos que devemos reconhecer e nos orgulhar para seguir em frente.

A prevenção será contínua, o medo…acredito que decrescente, mas a vontade de trilhar o caminho e vencer, essa sim deve ser constante.

Infelizmente o Brasil foi eliminado e saiu da Copa. Ficamos tristes por isso, é verdade. Mas no torneio da vida, saímos com mais uma vitória!!

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