• Linda Rojas

    Quimioterapia – Parte II

    Enquanto as gotas desciam pensava qual seria a fórmula do remédio que viajava dentro do meu corpo combatendo a doença. Apesar dos momentos de revolta e de todo o desconforto da quimio, aquele líquido é abençoado e cura! Tive sorte de ter acesso ao tratamento. Quando a garrafinha já estava vazia, fui liberada. Finalmente tinha tomado minha primeira dose e voltando para casa pensei que me sentia muito bem, apesar de já perceber alguns sintomas. Isso eu era capaz de suportar, estava feliz, pois imaginei que seria bem pior do que aquilo. Finalmente em casa almoçamos todos juntos e lembro, como se fosse hoje, a quantidade absurda de massa que comi. Me empanturrei. Deitei um pouco e senti uma sonolência, normal, pois a enfermeira tinha me dado um remédio para diminuir o enjoo e fora isso estava digerindo almoço. Em questão de minutos comecei a me sentir fortemente mareada. O cheiro agradável de minha casa de repente passou a ficar insuportável. O meu estômago começou a protestar LEIA MAIS [...]
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  • Linda Rojas

    Quimioterapia – Parte I

    Quando o dia da primeira quimio chegou, estava confiante e leve. Na verdade, não fazia ideia do que estava por vir. Enquanto me arrumava me olhei no espelho e percebi uma nota de saudades no meu olhar, pelo meu irmão que havia ido embora no dia anterior. Ele tinha vindo ao Brasil assim que soube do meu diagnóstico e sua volta já estava agendada, quando o médico nos avisou da data do início do tratamento, quase não acreditamos que por um dia ele não estaria. Chegando no hospital fui para o andar da oncologia, pois a partir daquele momento seria acompanhado por duas especialidades, a onco e a mastologia. Passei por uma consulta breve onde verificaram o resultado do meu exame de sangue e logo me encaminharam para uma sala de espera pequena, onde aguardaria a manipulação do meu remédio pela farmácia.  Quando vi enfermeiros entrando e carregando algumas garrafas de soro e outras com um líquido vermelho, suspeitei que seria a minha cura. Logo chamaram pelo meu nome e LEIA MAIS [...]
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  • Linda Rojas

    Pai

    As antigas definições de família não dão conta da diversidade contemporânea. Os conceitos mudaram e eu, como muitos, tenho pais separados desde os 8 anos.  Até essa idade meu pai sempre foi muito presente, constante e mantendo a figura de homem da casa que nos enchia de mimos, amor e sustento.  Quando tudo mudou, minha mãe nos levou (meu irmão e eu), para o Chile, onde estava a maior parte de sua família e onde seríamos acolhidos e minha mãe amparada.  O contato com meu pai passou a acontecer de forma mais espaçada e geralmente via telefone. O reencontro aconteceu bem depois e, finalmente há quinze anos, quando viemos morar no Rio de Janeiro, pudemos estar mais próximos e hoje moramos pertinho.  Sei que nesses casos muitos prefeririam que seus pais nunca tivessem se separados e que num mundo ideal gostariam de ter a família perfeita. Claro, se pudesse, eliminaria todo o processo de sofrimento que passamos, inclusive o dele. Mas acredito que o amor foi construído LEIA MAIS [...]
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