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Um pânico na Quimio
Nesse meu último tratamento, passei por 4 ciclos da quimioterapia branca. Foram 4 meses em que revivi a parte mais difícil de ter tido câncer, claro, isso sob meu ponto de vista. A questão é que ainda vivi desconfortos inigualáveis com a touca térmica. Na esperança de manter os fios me submeti a baixos graus de temperatura justamente enquanto a medicação que precisava entrava pelas minhas veias. Confesso que a combinação não era nada agradável. Na segunda aplicação, fui mais preparada. Levei roupa de neve, sem brincadeira, e assim consegui ficar mais aquecida. Parecia que tudo bem quando comecei a ficar com um desespero desconhecido. Como se estivesse com algum tipo de ataque de pânico. Minha visão ficou turva e a fobia por estar atrelada a um acesso, à medicação e ao tubo que enviava ar frio para meu “capacete” me deixou descontrolada. Segurei o impulso de arrancar tudo e levantar daquela cadeira. Era uma vontade enlouquecida e sinceramente não sei LEIA MAIS [...] -
E o lado financeiro do tratamento?
O diagnóstico chegou como um soco no estomago sem aviso prévio e isso, claro, impactou muita coisa na nossa vida.
Além da saúde e a questão emocional, me vi tendo que equilibrar as finanças que muitas vezes nem tinha para dar sequência ao meu tratamento.
Quando entrei no consultório do médico e entendi o quão renomado ele era, entre uma informação e outra eu só pensava como pagaríamos aquela consulta e o restante dos meus cuidados. Lembro que minha mãe estava com dinheiro vivo enrolado numa folha de caderno pois, do seu salário, havia separado aquela parte para o aluguel. Pagamos com muito prazer já que saímos daquela sala entendendo perfeitamente do que se tratava minha doença e quais seriam os próximos passos e ter acesso àquela clareza foi imprescindível para criar forças para o que vinha pela frente.
Esse médico me ajudou muito e ajuda até hoje. Me direcionou para um hospital público onde fiz todo o meu primeiro tratamento e fui muito bem atendida. LEIA MAIS [...]
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Segurando o choro
Eu estava sentada esperando pela minha última quimioterapia, no meu primeiro diagnóstico.
A espera às vezes era longa, pois o remédio vinha de outro andar onde era manipulado pela farmácia do hospital público que me tratei.Os bancos eram de madeira e no espaço estreito mal cabia meu quadril inteiro. Para passar o tempo reparava nas pessoas que circulavam ali, com seus gorros, perucas e carecas. Logo iria embora e só voltaria para consultas de acompanhamento, mas só depois de alguns meses. Aquilo me fazia olhar com mais atenção para cada detalhe que tinha no meu campo de visão.
Senti meus olhos ficando úmidos e lembrei que minha mãe estava ao meu lado. Sequei discretamente as lágrimas e tratei de segurar aquele turbilhão de coisas que estava sentindo, não queria que minha mãe me visse chorar e que ficasse triste, mesmo que a emoção fosse de felicidade.
Quando me chamaram, entrei na sala de quimioterapia e logo reconheci alguns rostos naquelas LEIA MAIS [...]