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Um pânico na Quimio
Nesse meu último tratamento, passei por 4 ciclos da quimioterapia branca. Foram 4 meses em que revivi a parte mais difícil de ter tido câncer, claro, isso sob meu ponto de vista. A questão é que ainda vivi desconfortos inigualáveis com a touca térmica. Na esperança de manter os fios me submeti a baixos graus de temperatura justamente enquanto a medicação que precisava entrava pelas minhas veias. Confesso que a combinação não era nada agradável. Na segunda aplicação, fui mais preparada. Levei roupa de neve, sem brincadeira, e assim consegui ficar mais aquecida. Parecia que tudo bem quando comecei a ficar com um desespero desconhecido. Como se estivesse com algum tipo de ataque de pânico. Minha visão ficou turva e a fobia por estar atrelada a um acesso, à medicação e ao tubo que enviava ar frio para meu “capacete” me deixou descontrolada. Segurei o impulso de arrancar tudo e levantar daquela cadeira. Era uma vontade enlouquecida e sinceramente não sei LEIA MAIS [...] -
De volta ao passado
Sabe quando você do nada relembra alguma cena do passado? Você parece um personagem silencioso deslizando pela própria memória, assistindo inerte a algo que marcou sua vida. De repente você se torna telespectador da sua própria existência num passado que não foi tão há tanto tempo assim. Há tempos que esse rompantes não surgiam, principalmente os que me levavam de volta à doença. Mas hoje me teletransportei nas semanas antes do meu diagnóstico e me vi num processo solitário de incertezas, uma espera torturante para saber o futuro da minha saúde. Tinha pessoas do meu lado, eu sei, mas somente eu estava sentindo daquela forma, daquele jeito. Se tratava de mim, a final de contas. Era minha vida que estava em jogo. Chorar com essas lembranças começa com tristeza, logo é como um desabafo, um peso que sai, que te deixa meio melancólico, mas que te faz abrir os pulmões e sente bastante ar entrando neles, enquanto os resquícios de dor vão saindo e em instantes LEIA MAIS [...] -
Voltar para casa
Já voltei algumas vezes pra casa, em vários momentos e por diversas circunstâncias. Desta vez, voltei de uma viagem que fiz com uma amiga. Fomos pra Salvador, Chapada Diamantina e Morro de São Paulo. Foi incrível e, claro, o contato com tanta natureza nos reenergiza de uma maneira sem igual.
Acontece que por mais maravilhosa que seja sua ausência da rotina, quando você precisa voltar a ela, se dá conta que ela é bonitinha, que é fofinha e tem vontade de abraça-la de novo. Desta vez foi assim. Voltei para os braços de tudo isso que forma o meu dia a dia e estou feliz. Feliz por poder ver minha vida de fora.
Geralmente isso acontece quando a gente viaja, e voltar pra colocar algumas coisas no lugar. Por conta disso, na maioria das vezes acontecem mudanças.
A perspectiva viciada do nosso mundinho, ganha uma macro visão ao sair do centro dele e ao voltar nos damos conta de muita coisa. E isso é sempre muito positivo.
Apesar de também ter vivido LEIA MAIS [...]