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Bem ou mal…
Algumas lágrimas rolaram no dia que escrevi o post anterior. Fiquei o dia todo sensível e pensativa. Confesso que até mesmo quando falo da Fran nas palestras, às vezes sinto um "nózinho" na minha garganta. Ainda assim para mim é importante contar essa história atrelada a minha. Além de cada vez em que falo, me curar mais das lembranças, pois acredito muito na cura pela fala, é preciso analisar alguns fatores. Primeiro: entender que mesmo já passando por uma situação complicada como ter um câncer, não estamos ilesos de outros acontecimentos externos que poderiam nos deixar ainda mais abalados, ou seja, temos que estar fortes não somente para enfrentar a doença e sim para a vida. Tudo vai depender de como encaramos os acontecimentos, eu decidi usar a minha dor, minha raiva e até tristeza, contra a doença, pois ela era minha inimiga. Poderia ter optado por não acreditar mais no tratamento, por ser consumida pela dor e me revoltar contra tudo, mas desde o início LEIA MAIS [...] -
Vejo um sorriso no céu :)
Chegando no hospital passei pelo médico que checou os exames de imunidade. Tudo certo! Vamos para minha segunda quimio vermelha O líquido começou a fazer seu caminho no meu corpo e eu pude ler algumas páginas do livro que havia levado. Fiquei com vontade de ir ao banheiro, o que é normal pela mistura do medicamento com o soro. A coloração da urina era um pouco avermelhada, mas já estava familiarizada. Voltei a minha poltrona e decidi ouvir um pouco de música. Fechei os olhos e me permiti relaxar. Alguns pensamentos começaram a vir e logo me perguntei pela Fran, minha amiga do sorriso largo, que tinha conhecido no quarto antes da cirurgia. Teoricamente estaríamos fazendo a mesma sequência e era para nos encontrarmos, assim como na primeira dose. Interrompi a música e liguei para a Letícia, sua irmã que me informou que ela não teria reagido muito bem e estava internada no oitavo andar. Desliguei! Minha vontade foi de tirar o acesso da minha veia subir para ver minha amiga. LEIA MAIS [...] -
Mais uma é menos uma
O taxi avançava e eu olhando pela janela reparava nas pessoas na rua. Pra onde será que estão indo? Como será a vida delas? Eu, dentro daquele carro estava com medo, com frio na barriga e quanto mais nos aproximávamos do nosso destino eu sabia que já não conseguiria me livrar daquilo. Na verdade, depois de tudo, escapar não era mais uma opção, não estava de acordo aos meus princípios e à minha criação. Fui preparada para enfrentar medos e ultrapassar limites. Todos nós fomos! O ser humano tem uma capacidade enorme de se reinventar e se adaptar às mais diversas situações. Apesar de só de lembrar daquele líquido vermelho me dar enjoo, bem ou mal me sentia mais preparada, pois sabia o que estava por vir. Os sintomas apareceriam e já estaria familiarizada com eles. Saberia como proceder e como me alimentar. De qualquer modo, aquela sessão seria diferente, ao contrário da primeira, agora entraria naquele hospital sem cabelos e mais parecida com os outros pacientes LEIA MAIS [...]