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Sobre ser ferido…
Sabe a dor? Você já deve ter sentido em algum momento. De repente ela foi mais leve, ou muito intensa. Ela pode ter deixado marcas, pode ter passado “batido”, por ter sido física ou da alma. É dessa que eu quero falar, aquela que atinge o seu interno, que ultrapassa as camadas e certeira finca um incômodo no seu peito. Aquilo machuca e provava dor. Eu sempre falei que achava que sentia as coisas mais do que os outros. Parece que eu podia sentir a dor de outra pessoa e o que passava desapercebido para a maioria, me pegava de jeito e pá. Se instalava um alerta doloroso em mim. Fui identificando que a dor da injustiça vista, praticada ou recebida doía mais. Era é estopim, sabe se lá porque. Tanto é que se perguntarem para o Caio o que mais incomoda a Linda? Ele responderá rápido: a injustiça. Descobri que não necessariamente isso é ser “mais sensível”. Depois de muita terapia, autoconhecimento e lucidez, entendi que na verdade me faltavam camadas. LEIA MAIS [...] -
Interpretando um rosto – exames de rotina
O fato de não ter mais câncer e de estar em remissão não significa que essa parte da história se encerra automaticamente. O enredo ainda é fator fundamental das próximas temporadas da sua vida e em muitos capítulos você ainda estará atrelado a uma rotina médica. Fazer exames de rotina para quem tem ou teve câncer não é simplesmente uma revisão para saber se está tudo bem. É mais do que isso, é a esperança de que esteja sim tudo bem e que realmente você não esteja mais com câncer ou que ele esteja controlado. Então, claro, você gera uma expectativa em torno disso. Afinal de contas, ninguém quer ter que lidar com um resultado não tão positivo assim. O tempo se torna um aliado e logo sua cobrança e até medo com relação a isso vão sendo substituídas por confiança e tranquilidade. Tudo é um processo e ir percebendo essa “evolução” dá uma paz de espírito maravilhosa. Antes olhava o rosto de cada profissional que realizava o meu LEIA MAIS [...] -
Meu aniversário e o câncer
No ano de 2012 lembro de passar meu aniversário, dia 11 de julho, reunindo meus amigos em meio a muita alegria e comemoração, apesar de um sentimento que chegou sem ser convidado e se instalou numa parte importante dentro de mim: a angústia. Já sabia do diagnóstico há uma semana e precisava contar para cada pessoa que ali estava, que gostava de mim, que queria o meu bem e me deseja mais e mais anos de vida, que eu estava com câncer de mama! Ver os olhinhos de cada um brilhando, a preocupação nítida no rosto, mas com o amor de quem torce, de quem gera esperança junto, somado a um abraço imediato, abraço gostoso que acalenta e que como um passe de mágica me fez sentir mais amparada. Nos próximos dias eu entraria numa sala de cirurgia e depois passaria alguns meses de tratamento. Agora corta! Porque vamos para o ano de 2017. Estava num restaurante com minha família e apenas 1 amiga. A Lays que sempre alegra meus dias. Naquela noite sentia aquela mesma angústia LEIA MAIS [...]