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A minha cura…
Hoje estou curada e vocês sabem disso. O que não é uma garantia de nada, muito embora eu quisesse que baixasse algum ser de luz e me desse o selo eterno de uma vida longe da doença que mais me fez sofrer nessa vida. Mesmo com medo, e sem o tal selo que ateste que a doença jamais voltará, preciso comemorar todos os dias o fato de que agora (e espero que para sempre) não tenho mais câncer, ou o fato de estar em remissão. Apesar das mais diversas realidades, sejam elas quais forem e independente de doença ou não, nós procuramos celebrar nossas conquistas, que são subjetivas, moldadas a cada situação e a cada indivíduo. Cabe a cada um dar o valor necessário para aquilo que considera motivo para levantar os braços e dar um soco no ar. Cabe a cada um encontrar vitórias dentro de seus dias e procurar reconhecê-las. Sei que num momento de caos é difícil desmembrar as coisas ruins das coisas boas, mas é um exercício que precisa ser praticado. Se não vira tudo uma coisa LEIA MAIS [...] -
Quimioterapia: o agente secreto
Quando fui diagnosticada e o médico me avisou que faria quimioterapia eu, pra falar a verdade, não fazia ideia do que aquilo significava realmente. Claro que já conhecia essa palavra e sabia que esse era um dos tratamentos para o câncer, porém nunca me aprofundei. Vale lembrar que também nunca havia tido um contato direto com alguém que tivesse passado pela doença. Então, como você deve imaginar, descobri tudo assim: na lata! A primeira impressão é que iria sentar naquela poltrona e que o remédio não seria páreo para mim. Sim, isso mesmo, temos uma incrível autoconfiança quando não queremos estar numa posição de vulnerabilidade. Puncionado o acesso, logo vieram algumas medicações e o soro. Ok, até aí estava tudo bem. A picada no braço tinha sido desconfortável, mas podia aguentar aquilo. Alguns minutos depois era a vez daquele líquido vermelho descer pelo tubo que ia em direção a minhas finas veias e a expectativa da Linda naquela poltrona continuava. LEIA MAIS [...] -
Sobre a solidão…
Algumas vezes sinto que estou só no mundo. Não devo estar completamente errada, já que existe sim uma solidão em ser você mesmo. A dor, a tristeza, a esperança, o medo, a alegria... tantas sensações que navegam dentro de um oceano interno e particular que por mais que sejam sentimentos compartilhados, a verdade é que cada um sente diferente. O dia a dia vai nos entretendo com tanta coisa, mas às vezes rola aquele momento e puft: você se sente um pequeno ser sozinho na imensidão do universo. Você se abraça, deita na sua cama e de forma imediata o corpo se coloca em posição fetal. Ah, até que isso te aconchega um pouco e te faz sentir mais protegido. Mas protegido de que? Da solidão? Parece que esses momentos acontecem quando nós mesmo estamos cansados de nos fazer companhia. Quando nos afastamos de nós mesmo e deixamos que outros nos completem e nos deem a presença tão necessária da amizade à nossa alma. Mas ninguém pode ser o melhor amigo dela, se não LEIA MAIS [...]