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Quando descobri que não podia congelar óvulos.
O segundo diagnóstico de câncer me pegou e me nocauteou. Quando consegui recobrar forças e ainda instável me levantava daquele impacto, levei outro golpe duro. Estava saindo daquela clínica de fertilização, super bem recomendada em pleno Ipanema, aqui no Rio de Janeiro, onde tentei preservar um grande sonho: o de ser mãe. O atendimento tão comercial e sem protocolos tinha apertado meu coração que já estava comprimido com a notícia de recomeçar as sessões de quimioterapia. Mas além disso, quando passei pela porta de saída e andei pelas ruas junto ao Caio, me senti completamente sozinha. Sozinha com a realidade de não ter tempo, nem dinheiro de conseguir congelar óvulos e guardar esse desejo para mais tarde. As lagrimas vieram como se estivessem acumuladas. Deslizavam pelo meu rosto redondo, até chegar ao asfalto quente que as evaporava como a vida estava fazendo com meus planos. Inconsolável, cheguei na esquina da rua principal e vi um refúgio. A Igreja LEIA MAIS [...] -
Justiceira, eu?
Sempre que pergunto ao Caio o que ele mais gosta em mim a resposta é a mesma há 10 anos: seu senso de justiça! Às vezes esse senso me incomoda um pouco, porque acabo carregando algumas indignações, junto à sensação de não ter o controle de tudo. Ou seja, quando vejo algo injusto e não posso fazer nada, aquilo fica como um bichinho me incomodando aqui dentro. Porém, tenho aprendido que nem tudo é como eu gostaria que fosse. Foi essa um pouco da sensação de descobrir o segundo câncer. Achava injusto e não podia fazer nada. Depois fui assimilando e entendendo, mas a verdade é que no calor do momento, me vi vivendo uma injustiça. Aprendi a entender que quem sou eu para analisar se algo desse tipo é injusto ou não? Ou se realmente se trata disso. A resposta pode ser outra, a questão pode ser outra. Hoje sinto a necessidade de falar, de consertar, de redirecionar e faço isso dentro da minha própria vida porque tenho certeza que apesar desse senso apurado, LEIA MAIS [...] -
Estou no Telegram e Youtube!!
As primeiras linhas que li de um blog que contava a história de uma modelo que passava pelo linfoma me alimentaram de esperança e entretenimento durante o meu primeiro câncer de mama. Devorei aquela página online e zerei todos os textos de tanta empolgação em encontrar alguém que vivia emoções de um tratamento parecido com o meu. Desde ali entendi o bem que pode haver em compartilhar. Antes mesmo de ter o segundo câncer, este blog já havia nascido neste primeiro texto aqui. Nas primeiras horas tive mais de 500 acessos e há alguns anos isto já significava muita coisa. Um belo jeito do universo me mostrar que estava no caminho certo. Logo, você fica tão estimulada em ter sua história invadindo tanta gente em tantos lugares do mundo que estuda para encontrar mais formas de compartilhar. Assim também nasceu nosso insta ❤️ Agora, conhecendo cada vez mais pessoas que também levantam a bandeira do combate ao câncer, naturalmente rola uma união e mais motivação LEIA MAIS [...]