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E o lado financeiro do tratamento?
O diagnóstico chegou como um soco no estomago sem aviso prévio e isso, claro, impactou muita coisa na nossa vida. Além da saúde e a questão emocional, me vi tendo que equilibrar as finanças que muitas vezes nem tinha para dar sequência ao meu tratamento. Quando entrei no consultório do médico e entendi o quão renomado ele era, entre uma informação e outra eu só pensava como pagaríamos aquela consulta e o restante dos meus cuidados. Lembro que minha mãe estava com dinheiro vivo enrolado numa folha de caderno pois, do seu salário, havia separado aquela parte para o aluguel. Pagamos com muito prazer já que saímos daquela sala entendendo perfeitamente do que se tratava minha doença e quais seriam os próximos passos e ter acesso àquela clareza foi imprescindível para criar forças para o que vinha pela frente. Esse médico me ajudou muito e ajuda até hoje. Me direcionou para um hospital público onde fiz todo o meu primeiro tratamento e fui muito bem atendida. LEIA MAIS [...] -
Eu tenho a sorte de um amor tranquilo
Quando eu me casei já estava junto ao Caio há uns 7 anos. O casamento era o próximo passo para representar todo o nosso amor, além de finalmente vivermos juntos. As manias, gostos e jeitos de um e de outro já haviam sido conhecidas de todas as formas. Mas sempre ouvíamos que o primeiro ano de casados seria o mais difícil, pela tal adaptação. Os primeiros 2 meses foram incríveis, porque dormir e acordar com a pessoa que você ama é uma das melhores sensações do mundo. Além disso somos espontâneos e loucos, juntos. Sabemos VIVER a vida, com respeito e muita valorização pelo fato de estar aproveitando cada segundo neste mundo. Para nossa surpresa, descobri o segundo diagnóstico em seguida. Não completavam 3 meses desde aquele dia mágico e estávamos encarando o segundo maior desafio de nossas vidas. A história vocês conhecem, com todas as dores e esperanças desse período. O que vocês não imaginam é que, ainda com tudo, o nosso primeiro ano foi LEIA MAIS [...] -
Segurando o choro
Eu estava sentada esperando pela minha última quimioterapia, no meu primeiro diagnóstico. A espera às vezes era longa, pois o remédio vinha de outro andar onde era manipulado pela farmácia do hospital público que me tratei. Os bancos eram de madeira e no espaço estreito mal cabia meu quadril inteiro. Para passar o tempo reparava nas pessoas que circulavam ali, com seus gorros, perucas e carecas. Logo iria embora e só voltaria para consultas de acompanhamento, mas só depois de alguns meses. Aquilo me fazia olhar com mais atenção para cada detalhe que tinha no meu campo de visão. Senti meus olhos ficando úmidos e lembrei que minha mãe estava ao meu lado. Sequei discretamente as lágrimas e tratei de segurar aquele turbilhão de coisas que estava sentindo, não queria que minha mãe me visse chorar e que ficasse triste, mesmo que a emoção fosse de felicidade. Quando me chamaram, entrei na sala de quimioterapia e logo reconheci alguns rostos naquelas LEIA MAIS [...]