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Por que falar sempre sobre câncer?
Essa é uma questão que já foi levantada por alguns poucos familiares, por conhecidos e de repente isso já passou pela sua cabeça. “Ela já está curada (em remissão) pra que falar sempre sobre isso?” Vou dar algumas respostas começando pela mais singela, pura e clara, falando diretamente para quem pensa assim (espero que não seja você): eu me sinto muito à vontade com minha história! Exatamente! A doença faz parte da minha vida, de aprendizados inesperados, de forças recuperadas, de momentos intensos e emocionantes. Eu não sei vocês, mas eu não consigo, nem quero apagar uma coisa dessas. Apesar da dor, prefiro trabalhar e assumir esse período da minha vida e transformar ele numa Rosa 🌹 branca, com toque suave e tão bela que nos faz dar mais atenção a isso do que aos espinhos do caule. Quero dar mais destaque ao bom, ao belo e ao transformador de viver duas vezes esse mesmo capítulo. Tá bom, não exatamente o mesmo, mas as linhas dessa história LEIA MAIS [...] -
Um relato sobre a recidiva
Você começa dividida em dois, uma parte de você fica incrédula esperando o momento que alguém vem te acordar ou um acontecimento bíblico acontecer mudando todo o rumo do que está prestes começar: um novo tratamento, uma nova cirurgia, um novo mergulho no mais profundo da sua existência. Por outro lado a realidade vai ficando cada vez mais aparente e esse mix é uma combinação angustiante. Só você sente essa dor aí dentro e por mais que muitas pessoas queridas queiram, não conseguem te ajudar da única maneira que você gostaria nesse momento: dizendo que tudo isso não passa de um erro, que você não vai precisar conviver com a doença de novo, que tudo isso não passa de uma mentira, uma brincadeira de mau gosto. Depois dessa primeira fase, vem a cara feia, choro, tristeza e a briga com o universo: “não acredito que você foi capaz de fazer isso comigo”. Ficar chateada parece uma palavra pequena e pouco forte para descrever, na verdade você fica com LEIA MAIS [...] -
Sobre ser ferido…
Sabe a dor? Você já deve ter sentido em algum momento. De repente ela foi mais leve, ou muito intensa. Ela pode ter deixado marcas, pode ter passado “batido”, por ter sido física ou da alma. É dessa que eu quero falar, aquela que atinge o seu interno, que ultrapassa as camadas e certeira finca um incômodo no seu peito. Aquilo machuca e provava dor. Eu sempre falei que achava que sentia as coisas mais do que os outros. Parece que eu podia sentir a dor de outra pessoa e o que passava desapercebido para a maioria, me pegava de jeito e pá. Se instalava um alerta doloroso em mim. Fui identificando que a dor da injustiça vista, praticada ou recebida doía mais. Era é estopim, sabe se lá porque. Tanto é que se perguntarem para o Caio o que mais incomoda a Linda? Ele responderá rápido: a injustiça. Descobri que não necessariamente isso é ser “mais sensível”. Depois de muita terapia, autoconhecimento e lucidez, entendi que na verdade me faltavam camadas. LEIA MAIS [...]