OK, qual o próximo passo?
Essa foi exatamente a frase que disse ao médico ao receber a notícia do câncer de mama da Linda junto a ela e minha sogra.
A partir do momento que você realiza que as dificuldades e sofrimentos da vida não são opcionais, que vão acontecer de uma maneira ou de outra, você percebe que a forma como você lida com tudo isso sempre será a grande questão.
Não importa o que você tem ou o que você faz, mas como você reage a tudo isso.
De maneira geral, sempre escolhi e entendi a praticidade das coisas e aquele momento, por mais duro e complexo fosse principalmente para a Linda, eu visualizava como mais um obstáculo a ser entendido e superado, como tantos outros.
Remoer por possibilidades que não existem (o famoso “e se”) ou então lamentar por aquilo que já ocorreu sem que gere questões propositivas, acaba drenando minha energia que poderia estar canalizada para a evolução e resolução de problemas.
Por isso, esse “ok, qual o próximo passo?” é algo recorrente em minha trajetória. Claro, procurando compreender a gravidade de cada situação que se apresenta.
Sou sempre assim sem exceção? Com certeza não. Mas na maior parte das vezes essa é e será minha postura.
A literatura e a ciência se debruçam diante dessa questão trazendo várias abordagens diferentes. Procurar estudar e se munir de ferramentas nessa direção é uma boa prática para talvez perceber seus comportamentos diante das adversidades ou mesmo praticar novas técnicas nesses acontecimentos.
Nós treinamos para muitos assuntos na nossa vida, mas a inteligência emocional muitas vezes é percebida como algo dado. Ou seja, a pessoa é daquele jeito e pronto, não como um ponto que precisa ser estudado, praticado e evoluído.
Numa era de informação abundante, filtrar e focar no que aprender é talvez nosso maior desafio. Caso a gente consiga perceber um aspecto que vai levar a nossa evolução para outros, talvez seja um ótimo indício para o começo.
Alguns teóricos chamam de isso “hábito angular”, ou seja, uma prática que quando iniciada muda toda uma série de comportamentos em volta. Apenas um exemplo: praticar atividade física – ao fazer isso, muitas pessoas acabam mudando sua alimentação, que por sua vez influenciam no sono, que melhoram a produtividade no trabalho, que faz com que consigam administrar melhor seu tempo, que por sua vez aumenta o vínculo familiar e então por conta de um hábito, toda a vida muda.
Entendo que o estudo e então a prática da inteligência emocional pode ser um desses fatores “angulares”, que chacoalham sua vida, pra melhor!
Agora eu devolvo a pergunta inicial: e pra você, qual o próximo passo?