Linda Rojas

Um remédio chamado sorriso :)

Ser careca tem algumas curiosidades. Ah gente, vamos olhar o lado bom!

Primeiro fator positivo na minha lista, com certeza foi no banho. Poder sentir a água batendo no seu couro cabeludo é a melhor sensação. Sério!
Passava shampoo (isso mesmo) porque, apesar de não ter cabelo, precisamos higienizar a área. Poder deslizar meu dedos pela minha cabeça nua, sentindo cada gota vinda do chuveiro é maravilhoso.

Outra coisa que eu amava era todo mundo beijar minha carequinha e receber carinho nela. Acho que era involuntário, pois as pessoas sempre eram atraídas pela minha pele macia. Eu mesma, sempre deslizava minha mão por ela e não sentir aquele amontoado de cabelos entre esse contato, até que era bom.

Não lembro agora, mas uma vez li, em algum lugar, uma modelo declarando que em sua opinião, toda mulher deveria raspar o cabelo uma vez na vida, para descobrir como é. Sendo sincera, jamais teria essa ideia se não fosse a circustância que me encontrava, mas adquirir um pouco dessa praticidade que é rotina para muitos homens e algumas mulheres também adeptas de cabelo curto foi interessante.

 

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Linda, mas e os pelos do corpo, também caem? Cai tudo, se é que vocês me entendem 😉

Passei um ano, praticamente, sem precisar de depilação. Caso somente voltassem a crescer a sobrancelha, cílios e cabelo seria perfeito! rs

Hoje, quando vejo alguém de lenço na rua, me dá uma vontade enorme de ir lá e falar com a pessoa. Tenho que me segurar às vezes porque de algum modo acho que nos conhecemos. Na verdade isso faz sentido, pois temos tanto em comum que pra mim é como se fôssemos uma irmandade. Queria sair abraçando todo mundo e dizer que eu também passei por isso, que eu sei como é que é.

Nunca cheguei a fazer isso, claro, iam me achar louca, então me limito a fazer uma oração em silêncio pela cura desse desconhecido.

Muitas pessoas me acharam corajosa por ter colocado a minha primeira foto careca no texto anterior. De expôr aquele momento onde parecia tão frágil, onde a doença mostra “sua cara” e faz as pessoas te olharem e reconhecerem o câncer em você. Mas, por incrível que pareça, foi o momento que mais me senti forte e por isso quis dividir com vocês.

Não quero que pensem que tudo foram flores, como obviamente não foi. Chorei muito durante a quimio, ficava em pânico quando a próxima dose se aproximava, reclamava algumas vezes, fiquei impaciente com os meus familiares e amigos e em muitos momentos fui ríspida. Mas eu estava lá, estava lutando, não desistia e já que tudo aquilo estava vindo, queria enfrentar de uma vez por todas e batalhar nessa guerra. Descobri que minha principal arma para conseguir vencer, seria reconhecer as coisas boas (porque sempre tem algo de bom, não importa o cenário), agradecer por essas elas e sorrir.

Sorrir é um ótimo remédio 😀

smile

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